Priorizar a saúde, a segurança e o bem-estar dos colaboradores é essencial para qualquer empresa que deseja manter as operações em pleno funcionamento.
Embora essencial, esse assunto acaba perdendo força e foco conforme a empresa vai crescendo e os gestores começam a investir mais tempo em outros aspectos do negócio como a própria administração e faturamento a longo prazo.
Muitos gestores e diretores estão realmente preocupados com as questões de segurança e saúde na sua empresa, mas no dia a dia essa preocupação pode não ser traduzida de forma consistente em ações de fato.
Conforme aumenta o nível de atividades e a quantidade de colaboradores, o desempenho e investimento em medidas de segurança e saúde no ambiente de trabalho diminuem.
Isso acontece porque a prioridade no bem-estar da equipe acaba não sendo passada por todos os envolvidos. Muitas vezes ela para em um supervisor ou gerente cujo seu foco está mais na produção.
Produtividade X Segurança no trabalho
Na busca incessante pela máxima produtividade, muitos colaboradores acabam abdicando dos cuidados com sua saúde e segurança para poderem realizar ao máximo, suas tarefas durante o período de trabalho.
Para exemplificar essa situação, imagine o seguinte: um soldador está com uma alta demanda de materiais a serem entregues para que a fábrica continue produzindo. O gerente está cobrando eficiência de toda equipe e com isso aumenta a pressão no ambiente de trabalho e a necessidade de acelerar as atividades.
Esse colaborador então analisa, que se deixar alguns cuidados de segurança de lado como, não tirar o tempo de descanso e não usar algum EPI como as luvas de vaqueta ele conseguirá entregar tudo no tempo hábil.
O que esse funcionário não imagina é que ao focar em dar vazão para a produção e deixar de adotar as medidas de segurança para ganhar tempo, ele arriscará a sua saúde ou até mesmo a sua vida.
Esse é um dos principais desafios que uma empresa com grande volume de trabalho e equipe enfrenta diariamente.
O que fazer para melhorar o nível de segurança no ambiente de trabalho?
A missão e desafio dos profissionais de segurança do trabalho que atuam em empresas com esse dilema é transformar ideias e bons pensamentos em ações reais de segurança e saúde.
Mas para que isso aconteça, é preciso que as iniciativas aconteçam de cima para baixo. Ou seja, que a liderança implemente as iniciativas e planejamentos e repasse isso para os gestores e supervisores. E esses, inspirados e motivados pelos seus líderes passem essa preocupação para a equipe que está na linha de frente das atividades.
O primeiro passo é entender como fazer isso acontecer junto com a gestão da empresa. Para te ajudar, trouxemos 10 perguntas que você como profissional de segurança do trabalho deve fazer a sua liderança para que vocês reflitam continuamente sobre como é possível aumentar o nível de bem-estar da equipe.
Venha conosco!
1ª) Está claro o equilíbrio entre direção central e direção local?
Na teoria, muitas vezes fica fácil de entender as responsabilidades e atribuições de cada abordagem. Já na prática é que as funções e prioridades começam a se diferenciarem e nesse momento é que as falhas e limitações pode acontecer.
É preciso que tanto a direção central da empresa quanto a local, ou seja, departamentos, tenham a mesma visão de pensamento quando se trata de segurança e saúde no ambiente de trabalho.
Apenas dessa forma será possível que as iniciativas criadas pela liderança, em conjunto com a equipe de segurança do trabalho, possam ser passadas para os demais colaboradores.
2ª) Como estamos integrando o HSE em todas as operações?
Desenvolver a eficiência ambiental e segurança é um processo contínuo, por isso, é importante entender quais ações a empresa está tomando para integrar o HSE em todas as atividades de trabalho.
3ª) Que tipo de mentalidade a liderança da empresa e os gestores possuem? Ela é mais colaborativa ou mais focada no individual?
Essa pergunta é fundamental para entender como funciona a motivação de cada líder dentro da hierarquia da empresa.
O ideal é que seja mais colaborativa. Assim, ficará mais fácil gerar ações de segurança e saúde onde a equipe ponha em prática e também aprenda a monitorar de maneira eficaz tanto as suas próprias atitudes em relação ao assunto quanto as dos colegas de trabalho.
4ª Em todos os nossos treinamentos e programas de segurança e saúde estamos criando uma cultura de redução de lesões?
Vocês estão apenas passando uma mensagem ou realmente motivando a equipe a tomarem todas as medidas protetivas possíveis?
O que é passado nos treinamentos é aplicável no dia a dia e condiz com o método de trabalho adotado?
Tão importante quanto melhorar o nível de segurança, é transformar as ações em prática por todos.
5ª) Até que ponto a empresa incentiva ou até desencoraja o acompanhamento de um ambiente mais seguro?
É preciso analisar o que é feito e como é feito o controle e as investigações de segurança no dia a dia. Elas são feitas de maneira mais profunda ou apenas uma observação superficial?
A construção dos relatórios de incidentes é de fácil interpretação? E os resultados são passados para toda equipe aprender o que pode ser melhorado?
De que forma o método de trabalho e o sistema de segurança implementado facilita a responsabilidade individual de cada colaborador pela sua segurança pessoal?
6ª) Existe um processo em vigor para validar ou certificar a qualidade das etapas de desempenho de segurança para diferentes ambientes de trabalho?
Cada setor possui suas necessidades de segurança e por isso, os protocolos de medidas preventivas devem ser personalizados.
Além disso, é preciso analisar se a equipe entende de forma clara o que é esperado deles e quais ações eles podem ter no dia a dia para melhorarem a sua segurança.
7ª Qual é o nível de atenção e acompanhamento nas ações de segurança? E é consistente?
Refletir sobre essa questão demonstra se a liderança tem realmente direcionado o seu foco para as questões de segurança ou se isso é apenas falado ocasionalmente.
8ª) Estão sendo criadas medidas com o objetivo de resolver problemas de segurança que são contínuos?
Em toda empresa existem alguns desafios quando se trata de segurança e saúde no trabalho, desafios estes que muitas vezes não conseguem ser sanados de uma vez.
Por isso, é importante refletir se estão sendo criadas com frequências soluções criativas que buscam resolver essas questões ou pelo menos diminuir a ocorrência delas.
9ª) A equipe está ciente do sucesso que foi obtido nas ações e intervenções de segurança?
A melhor maneira de incentivar os colaboradores a continuarem priorizando sua saúde e segurança no ambiente de trabalho é apresentando os resultados que essas ações têm.
Além de motivar a equipe, compartilhar essas apurações estimula o nascimento de outras ideias para elevar o nível de segurança e encoraja cada um a continuar com o bom empenho.
10ª) A gestão permite que cada um assuma uma posição de liderança de si próprio e do outro quando se trata de segurança?
Quando um colaborador se sente seguro para acompanhar se as medidas de segurança implementadas estão sendo adotadas de maneira certa, fica muito mais fácil para a equipe de segurança do trabalho conseguir focar no que pode ser feito para elevar o nível de segurança, pois não estará sobrecarregada.
Cada um da equipe pode desenvolver essa capacidade de autorresponsabilidade e inspirar que os outros façam o mesmo para tornar a empresa mais segura e forte em todos os aspectos, mas para que isso aconteça é preciso que a gestão dê essa liberdade.
Tenho certeza de que agora ficou mais fácil de entender, quais perguntas devem ser feitas à liderança a fim de melhorar o nível de segurança na empresa.
Você ainda tem alguma dúvida sobre o assunto? Deixe seu comentário e ajude-nos a entregar o melhor conteúdo para você.
Um grande abraço e até breve!